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MCU Revisitado - Capitão América: O Primeiro Vingador
“Capitão América é um desastre ufanista, mas acho que vão
melhorar no filme”, eu disse em 27 de abril de 2011 em um bate-papo pela
internet, exatamente um ano antes da estreia de Os Vingadores, e apenas alguns
meses antes que Capitão América: O Primeiro Vingador chegasse aos cinemas
brasileiros.
Ué. Que cara é essa? Eu mesma me exponho, não é melhor
assim? Que eu seja minha própria Hela.
Achei isso quando estava vasculhando arquivos em busca das
minhas impressões sobre o primeiro filme do Thor na época. Faz muito tempo que não
contamos apenas com o próprio cérebro pra lembrar as coisas. Aí, esbarrei nesta
reflexão constrangedora feita do alto dos meus 22 anos recém-completados. Hoje não penso assim.
Imagine a minha surpresa ao ver que o próprio filme fazia
graça com esse Capitão América da propaganda da guerra, um fantoche para tentar
incentivar o povo e tudo mais? Até o uniforme ganhou uma justificativa
realista.


A cena que abre o filme lembra muito o começo de Titanic, quando o pessoal está tentando tirar o cofre de dentro do naufrágio. Eles acabam encontrando Steve congelado dentro dos destroços de um avião. Esta cena, junto com a outra que mostra o avião afundando no gelo SEMPRE me dá muita angústia porque fico pensando se ele apagou logo na queda e nunca mais acordou, ou se ele estava consciente e tentou lutar pela vida, mas não conseguiu, ou até mesmo (e mais provável, já que tinha um “oco” dentro da aeronave), que tinha uma bolha de ar no avião, a água não entrou, e ele ficou acordado, sofrendo, até perder a consciência. Você já assistiu A.I: Inteligência Artificial?
Só queria compartilhar esses pensamentos horríveis. Pobre
Steve.
Dali pra frente, sob a direção de Joe Johnston, o que temos
é uma aventura com toda aquela pegada Indiana Jones. Até a fotografia, trilha
sonora e aquele “filtro sépia” (que deixa tudo meio amarelado, meio marrom) ao
longo do filme lembram isso. Até mesmo algumas atuações, como na cena em que o
Caveira Vermelha e o doutor Arnim Zola olham dramáticos para o horizonte após
testarem os poderes do Tesseract, lembram os filmes da época.
O Caveira Vermelha encontra o Tesseract em um templo em
Tonsberg, Noruega. É a mesma cidade que foi defendida por Odin e seu exército
do ataque dos gigantes de gelo no primeiro filme do Thor. Você pode imaginar
que os moradores viraram uma espécie de “povo escolhido” pelos deuses nórdicos,
tanto que o recipiente que guarda a Joia do Espaço ficou aos cuidados deles.
Depois, somos apresentados a Steve Rogers, num efeito
impressionante até hoje pra conseguir deixar Chris Evans com um metro e meio e
40 quilos. Ele é o que no RPG o pessoal chama de “lawful good”: ele é bom até
não poder mais, sempre disposto a defender os outros, fazer justiça e nunca
desiste. A gente veria mais disso nos próximos filmes, principalmente a parte
do “nunca desiste”.


Steve é órfão de pai e mãe, tem 24 anos e sofre de todos os problemas de saúde possíveis. Mesmo com essas limitações, ele quer ir pra Europa lutar na Segunda Guerra Mundial e defender seu país. Pensando agora, acho que ele tinha até certa culpa de sobrevivente, já que seu pai morreu no front e sua mãe também se foi em consequência da tuberculose trabalhando como enfermeira no mesmo período. Pra piorar, seu melhor e único amigo, Bucky Barnes, foi convocado e também está indo para a batalha. Ele ficaria completamente sozinho e se sentindo inútil. Lá pelas tantas, Bucky “morre” em uma missão com Steve e ele vai carregar esta culpa por muitos e muitos anos...
O resto da história você conhece: pelo seu bom coração, o
doutor Abraham Erskine, que fugiu dos nazistas, acaba escolhendo aquele jovem
para ser a cobaia do experimento do supersoldado. A substância que ele inventou
dá capacidades físicas sobre-humanas e também potencializa características que
a pessoa já tinha. Como o próprio cientista explica, “O soro intensifica tudo o
que está dentro dele. Então, o bom se torna ótimo, e o mal se torna pior”. Isso
explica o motivo de o Caveira Vermelha ter ficado com aquela aparência ótima ao
passar pelo mesmo experimento. Ele não poderia arriscar outra vez.


Engraçado é que a Hidra no MCU começa como uma dissidência
de nazistas criada pelo Caveira, que tinha a crença de um poder oculto
escondido na Terra (o Tesseract?). E, se você acompanhou Agents of SHIELD do
começo até agora, acabou descobrindo que a Hidra era uma espécie de seita que
existe em função do Hive, um ser extraterrestre considerando um deus que eles pretendiam
trazer ao nosso planeta! Veja bem onde as coisas foram parar =P
Neste filme também somos apresentados ao jovem Howard Stark
(Dominic Cooper), uma versão anos 40 do filho, à fan favorite Peggy Carter
(Hayley Atwell), uma determinada e corajosa agente britânica a serviço dos
Aliados e ao Comando Selvagem, grupo de soldados salvos do cativeiro por Steve
e que participam de várias missões com ele. Esse povo todo daria origem à série
Agent Carter, que mostraria a vida e relações dessas pessoas após o fim da
guerra, as consequências da morte do Steve e, posteriormente, a criação da
SHIELD. Infelizmente, ela acabou sendo cancelada na segunda temporada. Mas a
simples existência desse spin-off mostra como Capitão América: O Primeiro
Vingador fez sucesso.


Ao final, numa cena que pra mim é digna de pesadelo, Steve
acorda dentro da simulação de um hospital da década de 40, mas percebe a farsa
bem rápido e foge. Ele vai parar no meio das milhares de telas da Times Square,
e descobre que perdeu 70 anos de sua vida. Todas as pessoas que ele conhecia e
amava se foram, ou estão em vias de, ou perdidas para sempre (?). Pra piorar, o
coitado mal tem tempo para se refazer, porque daqui a pouco vai ser convocado
para outra guerra. Ainda tem quem pergunte por que ele parece tão melancólico o
tempo todo. Pobre Steve.
Ficha técnica
Capitão América: O
Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger)
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Christopher Markus e Stephen McFeely. Baseado na obra de
Joe Simon e Jack Kirby
Elenco: Chris Evans, Hayley Atwell, Hugo
Weaving, Sebastian Stan, Dominic Cooper, Stanley Tucci, Tommy Lee Jones, Toby
Jones, Samuel L. Jackson…
Duração: 2h04
Estreia no Brasil: 29
de julho de 2011
Estreia nos EUA: 22
de julho de 2011
Orçamento: US$ 140
milhões
Bilheteria: US$ 370,5
milhões
Prêmios e indicações:
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Fontes: IMDB, Box
Office Mojo
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