Diretor fala sobre Capitão América: o Soldado Invernal


Anthony Russo, que vai dividir a direção de Capitão América: o Soldado Invernal, com o irmão Joe, concedeu uma entrevista ao site The Huffington Post enquanto participava de uma coletiva sobre a série Animal Practice, uma nova comédia da NBC onde os dois vão trabalhar como produtores executivos.

Quando o anúncio da dupla foi feito, muita gente ficou com o pé atrás imaginando o que será da sequência do bandeiroso nas mãos de dois caras que trabalharam com humor. Anthony revelou alguns detalhes sobre o novo filme do Capitão América e pareceu bem seguro do rumo que pretende dar ao personagem em seu segundo filme. Leia alguns trechos da entrevista da repórter Maureen Ryan (leia na íntegra - em inglês - aqui):


O que você acha que colocou vocês em um projeto tão grande quanto Capitão América?

Bem, em primeiro lugar, a Marvel é uma empresa incrível que mostrou em seu passado que pensa fora da caixa com seus diretores. Quer dizer, é chocante as pessoas que já foram contratadas, outra e outra vez, a eles tiveram um grande sucesso com o resultado. Eles gostam dos personagens, gostam de contar histórias e gostam de se divertir. Nós ficamos surpresos, mas eles eram grandes fãs de Community e você pode traçar uma linha entre algumas coisas que fizemos em Community e um filme da Marvel.  

É. É o Josh Holloway no paint ball de Community
Eu gostaria que você traçasse esta linha para mim.

Bem, acho que se você olhar para alguns grandes episódios de gênero, como os episódios de paintball (nota minha: não conheço a série, mas eles parecem ser MUITO populares), etc – há uma sensibilidade cinematográfica a ser explorada lá que está na linguagem de vários tipos de filmes.

Eu acho que Chris Evans é bom em comédia, especialmente em “dry comedy” (nota minha: sabe aquele tipo de comédia em que o ator fica sério o tempo inteiro e a risada é por sua conta? Leslie Nielsen e Steve Carell são ótimos exemplos do gênero). Mas o Capitão América é um cara... o que eu adoro nele é que há uma espécie de nobreza, de uma qualidade heróica para ele. Com a sensibilidade cômica que você e seu irmão têm, isso vai ser parte disso, eu acho?É aquela parte do processo de concepção e do script?

É, definitivamente. Quero dizer, nós estamos tentando fazê-lo crescer como personagem, e certamente ele percorreu um longo caminho, que começou antes da 2ª Guerra Mundial até onde ele está na América atual. Assim, o personagem tem um grande espaço para rescimento por causa da grande jornada à qual ele está ligado, número 1. Número 2: parte do apelo deste filme é o conjunto. Capitão América não é o único personagem do filme, há outros personagens que possuem uma natureza iluminada.

Bucky, talvez?

Sim, exatamente.

Outro lado disso é a preocupação que as pessoas têm: “Eles estão contratando diretores de comédia! Eles vão fazer disso uma comédia maluca!”. Basta dizer que essa não é a abordagem?

Há um lado pouco conhecido do meu irmão e eu é que nós não começamos como diretores de comédia. Começamos em meados da década de 90 – nós fizemos este filme “cartão de crédito” para o festival de 1997, e Steven Soderbergh viu ao mesmo tempo em que ele exibia Schizopolis no circuito de festivais. Ele adorou nosso filme e se ofereceu para produzir alguma coisa para nós, então nós entramos em um círculo de escrita – ele escreveu três scripts, dos quais apenas uma era uma comédia. Era “Welcome to Collinwood”, e quando ele formou uma empresa com George Clooney, ele queria fazer algo conosco, então nós mostramos a ele os roteiros e ele pegou “Collinwood”, e daquele momento em diante formos diretores de comédia. E nós amamos  fazer isto, mas sempre tivemos um outro lado de nós mesmos.

As pessoas do setor sabem disso porque já firam scripts que fizemos, elas viram coisas que o público em geral não viram. Então, eu acho que é mais surpreendente paras pessoas de fora, mas as pessoas de dentro tiveram um pouco mais disso.

Como vocês “se venderam” para conseguir o trabalho em Capitão América?

Nós somos nerds de HQs e fantasia desde muito pequenos. Nós conversamos com eles em detalhes sobre a história. Eles sabiam que nós entendemos a marca e o personagem muito bem. Foi um processo longo, na verdade, de falar com eles várias vezes, em uma série de reuniões durante um grande espaço de tempo. Eu acho que eles só – nós estávamos realmente apaixonados pelo filme, incrivelmente apaixonados. Eles sentiram isso, e sentiram que era o negócio certo.

O que vocês mais gostam na história de O Soldado Invernal, do (Ed) Brubaker, que fez você dizer, “Oh, sim, eu sei que nós podemos fazer isso.

Bem, nós gostamos da história. Eu não posso dar muitos detalhes, essa é a maneira Marvel de lidar com as coisas. Posso dizer, em geral, que há uma espécie de sensibilidade mais sombria que achamos atraente, e que vai encontrar o caminho para o Capitão América dos dias de hoje.

O material dos anos 40 funcionou tão bem no primeiro filme, e eu sei que a Marvel estava pensando em talvez fazer uma história intermediária porque eles gostavam da época. Você tem alguma ideia do motivo de eles situarem a história no presente?

Você sabe… eu realmente não sei, para dizer a verdade, como foi esse debate. Isso foi antes de nós entrarmos em cena e nós nunca perguntamos sobre isso.  

Há possíveis flashbacks da 2ª Guerra Mundial?

Certamente o Cap tem uma história complicada. Nós estamos fazendo o filme para os espectadores que vão ver pela primeira vez, não só para os fãs (...). Ele era um cara magro, que se tornou um super-soldado, ele nasceu naquela época e está vivendo agora. Na narrativa é preciso transmitir isso para o público que não conhece a história.

O que te agrada na interpretação do Chris Evans desse personagem que você viu até agora?

Eu adoro sua integridade, você sabe, e sua tenacidade. E eu acho que é o que está no coração do Capitão América, esse espírito indomável e a fé em um ideal. Chris vestiu o manto muito bem.

A Marvel tem essa abordagem de deixar sementes para outros filmes nos filmes que estão sendo feitos no momento. Vocês já estão tendo discussões para colocar pequenas coisas que aparecerão em outros filmes?

Sim, mas eles estão muito equilibrados com a abordagem. Em primeiro lugar, vem o filme em si (...).

Onde vocês estão em termos de produção? Vocês estão na pré-produção ativa? Vocês têm alguma data para o início da produção?

Nós temos uma data de lançamento, abril de 2014. Vamos entrar em produção no próximo ano.

Quais criadores das HQs vocês têm consultado? Os criadores das HQs atuais têm dado dicas?

Na verdade, nós vamos almoçar com Brubacker em breve. Mas não, eles não foram envolvidos. Da mesma forma que eles iriam desenvolver uma série de quadrinhos novas, eles ao o seu próprio espaço para se desenvolver. Mas, certamente, todo mundo está consciente (do que está nos quadrinhos), já leu, está ciente de todo o seu material. Mas eles gostam que cada coisa tenha o seu próprio processo, orgânico, o que é bom.

Qual detalhe que funcionou bem em Os Vingadores que você gostaria de pegar para Capitão América?

Para mim, o que eu adorei no filme, e o que acho que a maioria também adorou, foi a interação entre os personagens, aqueles grandes momentos dos personagens. Você tem as pessoas próximas umas das outras de uma forma emocionante e combustível. Enquanto todos os efeitos especiais, a aventura, a emoção e o perigo são divertidos, a interação entre os personagens é o coração do filme. Então, é isso que nós esperamos ter.

Haverá qualquer outro Vingador aparecendo em Soldado Invernal?

A Marvel atiraria em mim se eu respondesse.

A Hayley Atwell, como a Peggy Carter, existe a possibilidade de usarem-na como Sharon Carter?

Eu não posso falar sobre nada disso isso, desculpe.

A única coisa que a Marvel disse foi que a SHIELD vai estar envolvida neste filme. Você está interessado em passar um novo olhar sobre o mundo da SHIELD e seus personagens neste filme?

Estou bastante interessado nisso, mas eu realmente não posso falar mais.


Uma das coisas que eu mais gostei no Capitão América do Joe Johnson (diretor do primeiro filme) é que ele, em partes, é uma homenagem aos filmes de guerra clássicos, na composição dos tons, assim por diante. Mas como você ia dizendo, você tem o personagem na época atual e suas dificuldades para se ajustar. O “Soldado Invernal” pode ter um tom diferente? Quer dizer, ele não consegui revisitar aquele humor ou sentimento?

Eu preciso ser bem cuidadoso para responder isso, porque isso faz fronteira com o que o filme é. Mas sim, ele está em um tempo e espaço muito diferentes. (...) Parte da diversão de pegar um cara de uma época e colocá-lo em outra é que tudo muda drasticamene. O mundo inteiro é diferente e isso é parte da luta do personagem e um desafio que ele terá que encarar.  

E então? Estão mais tranquilos (ou apavorados) depois desta entrevista? Comentem!


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