MCU Revisitado – Capitão América: Guerra Civil





Finalmente cheguei à Fase 3 do MCU. É a fase em que estamos enquanto escrevo este texto e TUDO melhorou, pelo menos para mim. De 2016 pra cá foi só 100% de aproveitamento e ingressos bem investidos. Espero que continue até Guerra Infinita.


Falando no termo, o filme Guerra Civil é tão guerra quanto Thor: Ragnarok foi a morte e destruição dolorosa e sangrenta de todos os asgardianos, sabe? Não chegou a ser uma guerra, pessoal, foi mais um barraco. Um barraco civil, desses que você vê no Polícia 24h. Mas, isso não quer dizer que seja ruim. Longe disso.


A tagline – frase que vem no pôster - de Capitão América: Guerra Civil devia ser “uma hora a conta chega”. Este é o filme que fala sobre as consequências das ações dos Vingadores e seus oponentes. Claro que as batalhas que vimos nos episódios anteriores não são o equivalente a pegar seus bonequinhos e bater uns contra os outros (como disse uma vez o Screen Junkies). Morre gente no processo, gente esta que nem tinha nada a ver com aquilo.


Não sei por qual motivo as pessoas cobravam e ainda cobram tanto ver os cadáveres dos pedestres em filmes classificação 12 anos. Não é óbvio que tem gente morrendo ali enquanto prédios caem, carros batem, coisas explodem, cidades são arremessadas em direção ao chão? Não basta assistir ao noticiário na tv? Segue o baile...

Pois bem: desta vez os cadáveres que as batalhas fazem ganham rosto, nome, voz ou, pelo menos, parentes. E eles querem justiça, lógico. Neste filme três são destacados: a Mariah Dillard personagem da Alfre Woodard, cujo filho morreu fazendo trabalho voluntário em Sokovia; o príncipe T’Challa, que perde o pai em um ataque terrorista falsamente atribuído ao Soldado Invernal. Atentado este armado por mais uma pessoa que perdeu tudo em uma batalha dos Vingadores: Zemo, o grande antagonista.





A gota d’água é quando Wanda acidentalmente provoca a morte de uma missão de wakandanos que estava em Lagos, na Nigéria, enquanto tenta conter a explosão de Brock Rumlow usando seus poderes ainda em desenvolvimento.

A conta chega na forma do Acordo de Sokovia, que estabelece que os heróis só poderão agir se convocados por uma comissão da Organização das Nações Unidas (ONU). Isso divide o grupo que estava disponível na Terra naquele momento. De um lado, Tony Stark, tomado pela culpa, cansou de meter o louco e quer que alguém bote freio nas ações dos Vingadores (mas, será que ele obedeceria?). Do outro, Steve Rogers, desiludido da autoridade após os eventos de Soldado Invernal, defendendo que os super-heróis devem agir por conta própria porque as mãos mais seguras ainda são das deles. Ele teme que os poderosos coloquem seus interesses particulares e nem sempre corretos em primeiro lugar, ao invés da segurança do planeta e os que nele habitam.


Para piorar a situação, Bucky, que só queria comprar umas ameixas na barraquinha em Bucareste, começa a ser procurado pelo ataque do qual não fez parte. O que leva a um jogo de gato e rato incrível, digno das melhores perseguições de desenho animado daquelas manhãs da minha infância: Bucky sai correndo pra não ser morto, o Pantera Negra corre atrás dele para mata-lo, Steve corre atrás dos dois para impedir o assassinato, e Rhodes, vai atrás dos três para prendê-los.


O Team Cap descobre antes do Team Iron Man que tinha caroço no angu e conclui que o falso psiquiatra (Zemo), que ativou o modo Soldado Invernal do Bucky (como a Hidra deixou TUDO ESCRITO no bullet jornal do cientista maluco, minha gente?), está a caminho da Sibéria para acordar as outras cobaias mais perigosas que ele. Não era bem isso, vou chegar lá. 



O ponto alto do filme é a batalha no aeroporto alemão, onde as “gangues” se enfrentam. Não sei se você acha triste, pesado, lamentável ver a galera brigando, mas a sequência é muito engraçada. Creio que desta vez ri mais do que no cinema, sabendo as coisas que estavam para acontecer. O fato de todo mundo se conhecer, alguns nem estarem muito a fim de derrubar os outros e ficarem conversando e se cumprimentando no meio da briga é hilário. É aquela treta de família que viraliza na internet e vira meme. No meio disso ainda tem a criança achando tudo muito divertido (Peter).

Só que nem tudo são flores e essa violência toda não acaba bem. A maior vítima é Rhodes. No final, essa gente com poderes pode ser completamente descontrolada. É claro que eles partiriam para a violência. Cada um pensa que pode parar o outro usando seus dons. Não queriam matar ninguém, só detê-los (usando a força, veja bem...). O choque de realidade vem quando um deles é gravemente ferido, o que resulta em danos permanentes. Quando Rhodes se dá mal, perceba, quando um membro do grupo é derrubado por outro membro do grupo – que era considerado infalível, até. Por outro igual a eles.  

No último ato do filme, ao visitar os 98% do Team Cap na prisão Balsa, Tony descobre que todos foram vítimas de um golpe e que o Capitão América estava até certo.

Aí chega a plot-twist que fez do Zemo dos filmes sim, meu vilão favorito do Marvel Cinematic Universe (MCU): ele não queria libertar os outros “soldados invernais”. Tudo que ele fez até ali foi para coloca-los todos no mesmo lugar e revelar a Tony a terrível verdade, que seus pais não morreram em um acidente, mas foram brutalmente assassinados pelo Soldado Invernal. E Steve sabia. “Um império derrubado por seus inimigos pode voltar. Mas, quando é por seus aliados, ele morre. Para sempre.” Não foi um deus, um alienígena, uma inteligência artificial a quebrar os Vingadores. Foi um zé ninguém como você e eu. 




Desde que o pai, a esposa e o filho de Zemo morreram no desastre causado por Ultron (e os Vingadores tentando detê-lo) em Sokovia, o único objetivo de Zemo era se vingar (a-há) dos Vingadores. Destruí-los. Zemo era militar, da inteligência, e tinha capacidade tática, mas claro que não havia a menor chance de dar uma porrada nos heróis mais poderosos da Terra. Então, ele usou o cérebro para destruí-los, a psicologia, o emocional.

Os últimos minutos do filme são dedicados à vingança e até onde ela pode te levar, se isso vale a pena. Tony fica completamente cego de ódio ao descobrir que o assassino dos pais estava diante dele e que Steve escondeu tudo. Você entende. Por outro lado, o Capitão alega não ter contado para protegê-lo da dor, e quer salvar Bucky, sua única família agora que Peggy se foi, alegando que ele não estava consciente quando aquilo ocorreu. Você entende. A briga dos três sim é bem mais triste que a batalha do aeroporto. Membros (mecânicos) são arrancados, sangue derramado e chega num ponto em que eles estão se espancando sem qualquer racionalidade. Tipo documentário do Animal Planet. Steve não decapitou Tony com o escudo porque não quis. Só que faltou pouco... Ele larga o escudo, tira o Bucky do chão e manda tudo à m*****.

Não muito longe dali, o “imparável” T’Challa (porque, sem brincadeira, se o Bucky se escondesse sob a última camada do pré-sal, ele estaria lá esperando), vai até Zemo e depois de ver as cenas lamentáveis na instalação da Hidra, diz que não vai deixar a vingança consumi-lo e impede seu suicídio, mesmo sabendo que ele matou gente inocente pelo caminho – seu pai incluso. Ele quer leva-lo à Justiça.

Em abril veremos o que sobrou dessa hostilidade em Vingadores: Guerra Infinita. Embora digam que ainda há uma rivalidade entre Tony e Steve, não vejo isso como um rompimento. Os dois implicam um com o outro desde o primeiro Vingadores.  Falei sobre a situação toda em um post naquele ano, se tiver curiosidade, em um texto bem mais sério que este aqui.

Termino com a tradução da singela carta que Steve manda para Tony, junto com o celular de flip, no final de Guerra Civil. Lembrando que ele bloqueia a ligação do agora secretário Ross e fica com aquele sorrisinho. Essas pessoas se odeiam? De verdade?


“Tony,


Estou feliz que voltou ao complexo. Não gosto da ideia de você sozinho na mansão. Todos precisamos de família. Os Vingadores são a sua, talvez mais que a minha. Estive sozinho até os 18 anos, nunca me encaixei em lugar algum - nem mesmo no Exército. Minha fé está nas pessoas, indivíduos. E fico feliz em dizer que na maior parte eles nunca me decepcionaram. Por isso também não posso decepcioná-los.

Fechaduras podem ser trocadas -  talvez não devam. Eu sei que o machuquei, Tony. Pensei que não contando sobre seus pais estaria te poupando. Mas, vejo agora que só estava poupando a mim. Sinto muito. Espero que um dia possa entender. Queria que concordássemos com o Acordo, de verdade. Sei que está fazendo o que acredita, e é o que nós podemos fazer. O que deveríamos fazer. 

Então, não importa o que aconteça, eu lhe prometo: se precisar de nós, se precisar de mim, eu estarei lá.



Steve.”


FICHA TÉCNICA
Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War)
Direção: Joe Russo e Anthony Russo
Roteiro: Christopher Markus e Stephen McFeely. Baseado nas obras de Joe Simon, Jack Kirby, Mark Millar e Steven McNiven
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Chadwick Boseman, Daniel Brühl, Don Cheadle, Elizabeth Olsen, Emily VanCamp, Paul Bettany, Paul Rudd, Anthony Mackie, Jeremy Renner, Tom Holland…
Duração: 2h27
Estreia no Brasil: 28 de abril de 2016
Estreia nos EUA: 6 de maio de 2016
Orçamento: US$ 250 milhões
Bilheteria: US$ 1,153 bilhão
Prêmios e indicações: clique aqui
Fonte: IMDB, Box Office Mojo

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