MCU Revisitado: Homem-Formiga

Homem-Formiga é um filme sem pretensão nenhuma, descompromissado, que não quer te ensinar nada, e poderia estar passando em loop na Sessão da Tarde se eles ainda exibissem aventuras e comédias ao invés de dramas.

Era absolutamente tudo que precisávamos depois de Vingadores: Era de Ultron.

O filme começa te deixando boquiaberto com Peggy Carter e depois Michael Douglas rejuvenescido por CGI de um jeito que parece ter saído direto dos anos 80. Até hoje é um dos melhores trabalhos que a Marvel Studios fez nessa categoria. A cena acontece em um Triskelion ainda em construção.

Logo em seguida, entra a vinheta ao som de salsa (Borombon, do panamenho Camilo Azuquita) e você já está dançando na cadeira. Em 2015, o censo dos Estados Unidos mostrou que os latinos já eram o maior grupo populacional da Califórnia, onde a história de Homem-Formiga se passa.

Quem rouba a cena no filme é Luis, amigo de Scott Lang. Além de ser puro bom humor e otimismo inabalável, ele é responsável pelas narrativas que só podem ter saído da cabeça de Edgar Wright, autor do primeiro roteiro e que teria sido o diretor, mas saiu antes das gravações, dando lugar a Peyton Reed. O lance de brincarem com os personagens falando com a voz dele é simplesmente fantástico. Apesar de ser muito querido, o personagem gerou polêmica. Há reclamações sobre ele ser um latino estereotipado e usado apenas como alívio cômico.

A filha de Scott, Cassie Lang, também conquistou o público como uma criança divertida e excêntrica. Bem longe daqueles personagens infantis chatos que costumam surgir nos blockbusters.

Já o vilão até hoje é péssimo. Seria Darren Cross o pior do MCU? Ele parece ter saído do Castelo Rá-Tim-Bum, de tão caricato. A motivação dele não convence: pura birra contra Hank Pym por se sentir deixado de lado. Em determinado momento, ele vira para o cientista e diz “você tentou esconder sua tecnologia de mim, e agora vou destruir você”, assim, com um sorriso no rosto. Só faltou a risada maligna ou uma careta. Acho muito constrangedor... 

Um ótimo momento é quando Scott precisa buscar um equipamento de Pym em uma antiga instalação das Indústrias Stark. Mas, sabe-se lá como, o antigo aliado da SHIELD não sabia que ela se transformou no QG dos Vingadores. A participação do Falcão foi mais do que bem vinda e serviu como gancho para o filme seguinte.

A melhor parte de Homem-Formiga está no último ato, quando o “assalto” acontece de fato e todos se unem para invadir o prédio da empresa e levar o traje do Jaqueta Amarela. Dali pra frente a ação e humor se equilibram bem. Destaque para a luta no trenzinho elétrico no quarto da Cassie e o momento em que ele se torna subatômico.

Ainda considero a Hope do filme um pouco aborrecida, mas desta vez tive mais empatia por ela. A agressividade com o Scott, praticamente porque ele seria usado na missão ao invés dela, era muito adolescente para uma mulher de quase 40 anos. Espero que isso melhore no próximo filme. 

Engraçado que as duas partes que mais me incomodam no filme são cenas com a Hope: a primeira é quando Hank finalmente revela como a mãe dela, Janet Van Dyne, desapareceu. Quando os dois estão se reconciliando, Scott corta com uma piadinha. Nada inédito no MCU, e o próprio roteiro brinca com isso, mas ficou bem ruim. A outra é com Hank surpreendendo os dois se beijando na porta de casa. Parece que o beijo foi só pra cumprir um requisito de filme de herói, porque não há nada que justifique. Não havia química, nem um interesse nesse sentido, pelo menos no filme de 2015. Poderiam ter guardado para a sequência...

Não vou falar mais porque é uma história bem simples para render mais páginas. Até me sugeriram um texto pequeno para fazer jus ao nome do personagem. Se me perguntassem qual dos 18 filmes do MCU é possível pular em uma maratona até Guerra Infinita, depois de O Incrível Hulk, eu diria Homem-Formiga. Ele só está ali para apresentar o personagem. Porém, apesar de não ser essencial, não deixe de ver em algum momento da sua vida porque é tão divertido!

FICHA TÉCNICA

Homem-Formiga (Ant-Man)

Direção: Peyton Reed

Roteiro: Edgar Wright, Joe Cornish, Adam McKay e Paul Rudd. Baseado na obra de Stan Lee, Larry Lieber e Jack Kirby

Elenco: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Douglas, Corey Stoll, Michael Peña, David Dastmalchian, T.I, Judy Greer, Bobby Cannavale, Abby Ryder Fortson, Anthony Mackie…

Duração: 1h57

Estreia no Brasil: 16 de julho de 2015

Estreia nos EUA: 17 de julho de 2015

Orçamento: US$ 130 milhões

Bilheteria: US$ 519 milhões

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Fonte: IMDB, Box Office Mojo