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Vingadores A Era de Ultron
Avengers: Random & Fandom – Revival! Ou como a Marvel revolucionou o cinema em quadrinhos. – COM SPOILERS!
Para quem conhece a história
do blog, do seu nascimento ao seu renascimento, devem lembrar da coluna
bisemanal “Random & Fandom” que reunia o melhor do conteúdo da Marvel
associado com outros temas filosóficos, acadêmicos e etc.
Bem, aqui a
coluna ressurge e eu decidi trazer uma revisão
geral de porque e como a Marvel revolucionou em menos de 10 anos o
gênero dos filmes de super herói e o que está vindo por aí vai significar para
este gênero.
Primeiramente,
vamos ver como o senso popular encarava este gênero, seja na mídia escrita ou
nas telonas; “coisa de criança” é o que geralmente se ouvia pelo menos cinco
anos atrás. O advento da internet e o surgimento do público geek como um forte
mercado consumidor mudaram essa visão e hoje em dia não é raro entrarmos em
sessão de filme de super herói sem uma criança sequer.
A partir
daí, um processo de quase 10 anos, pelas minhas observações empíricas, enquanto
adolescente que foi ver Batman com o pai no cinema e se tornou uma mulher que
vai orgulhosamente sozinha aos filmes do Capitão América, os filmes de super
herói ganharam impulso, força e profundidade. As grandes produtoras de filme
decidiram dar mais gás e ousadia a suas produções, embora ainda mantendo um
olho para atrair o público infantil-adolescente e agradar os seus
provedores/genitores/pais.
Nesse
contexto, a Marvel ousou e vem se erguendo como uma das maiores propulsoras da
“adultização” ou, melhor, solidificação do gênero e ensinando como que a gente
faz blokbuster pipoca pra família inteira com profundidade e densidade
psicológicas.
E foi de
uma forma aparentemente despretensiosa e bem feita, detalhada. Se você olhar os
primeiros “Thor”, “Capitão América” e “Homem de Ferro”, vemos a fórmula do
“Herói em ascensão”; o herói se descobrindo internamente e para o mundo, dada
as especificidades de cada um deles, com algumas situações clichês e culminando
no final bem-sucedido que leva a expectativa da continuação.
Os cults e
críticos de plantão vão mimizar que isso é banal, ridículo e repetitivo, mas
não podem deixar de admitir que a forma de interligar os filmes, a
metalinguagem, os easter eggs, as
referências aos quadrinhos e o resgate de personagens como Viúva Negra e Gavião
Arqueiro, desconhecidos do grande público praticamente e um grande exemplo de
sucesso nas franquias, não são feitos
cinematograficamente banais, idiotas ou repetitivos. Em termos de transposição
de gênero, são inéditos. São vitórias para os fãs de HQs e para os fãs da
Sétima Arte.
A segunda
fase da Marvel se aprofundou em questões humanas, sociais e psicológicas, –
sempre tomo o início como Iron Man em 2008, visão pessoal, viu? Sintam-se
livres a discordar – em 2012, após Avengers ter estourado e realizado o feito
de reunir mais de dois heróis num filme só com um roteiro coeso e efetivo e ter
se tornado sucesso unânime entre público e crítica.
Senti uma
maturidade sem igual nesse pós-Avengers. A gente viu o Capitão América sendo
perseguido pela própria SHIELD, vimos ele lidando com as feridas de um veterano
de guerra e mesmo um esboço de insinuação sexual de Steve com a
bombshell/espiã/bicha destruidora mesmo viu viado?/diva Natasha Romanoff aka
Viúva Negra. Esses são exemplos do nível de densidade que a Marvel ousou
apresentar ao público que aceitou e gostou, pois amadureceu tanto quanto os
filmes. (Embora, EU ache que lidar com uma organização fascista como a Hydra no
Capitã América não fosse algo tão infantil assim :P )
O segundo
filme de Thor, o Deus do Trovão, também nos deu uma profundidade sem igual. A
única coisa infantil na minha sessão de Thor foi meu irmão (de 40, quase 50
anos) que gritava e pulava na cadeira ao meu lado, bem fanboy. A gente viu Thor
precisando da ajuda de Loki e viu a Frigg dar a vida por Asgard. São níveis de
profundidade realmente inesperados, que já estavam em pinceladas ali na
primeira fase e que agora estão mais explícitos e a tendência é chegarmos ao
culminante terceiro filme do Capitão Rogers para se tornar escancarado em suas
temáticas adultas, filosóficas e sociais – não há como lidar com liberdade sem
ser polêmico e a Marvel sabe disso. Mas vamos falar primeiro de Ultron.
Ultron
marca o começo dessa era sombria, ou melhor, mais densa da Marvel. O filme
tende a começar leve e crescer em complexidade. Não quero falar do enredo em
si, mas não podemos ignorar que vamos ver o racha entre Capitão e Tony, vamos
ver níveis mais cósmicos da Marvel e mais mortes de heróis e humanos ao que
tudo indica – quem sabe até de Deuses?
Estamos
prestes a presenciar a mais nova fase da revolução de gênero que a Marvel vem
nos presenteando desde 2008. E para mim, vai ser derradeira, decisiva e
inigualável. Vai fazer a concorrência sentar e pedir arrego. Vai colocar a
Marvel pra dentro de universidade/meio acadêmico (pretendo contribuir nisso!
:P) e vai fazer com que o gênero ganhe o respeito que merece, mesmo entre
cults, críticos e mimizentos.
E estaremos
aqui para nos deleitar com tudo isso junto de vocês.
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