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MCU por uma não fangirl: A Marvel não te representa
"Um pintor deve pintar o que vê, mas o que deve ser visto"
Paul Valery
Querido amigo, a verdade doí, mas a verdade é que a Marvel não lhe representa. Ela não é feita para você, mas para todos. E quando algo é feito para todos, muitos ficam de fora. Já parou pra pensar na quantidade gays, mulheres, negros, deficientes, pagãos nos filmes e séries da Marvel? Já parou pra pensar por que eles são quase inexistentes? E qual o problema disso? A gente vai descobrir hoje no
Marvel
+ Disney
Era uma vez dois irmãos com
o sonho de fazer animação. Em 1923, com o objetivo de alcançar vôos mais altos,
criaram a Disney Brothers
Cartoon Studios. 63 anos depois, e de muita água passada dessa
ponte, a empresa assumiu o nome de The Walt Disney Company, um dos
maiores conglomerados de comunicação do mundo. E sim, um dos irmãos que dava
nome ao estúdio simplesmente sumiu para nunca mais.
Um dos braços da The Walt Disney Company
é ao Walt Disney Studios, que, alicerçado nas orelhinhas do Mickey e no
mau-humor do Pato Donald, deixou de fazer apenas animações e começou a fazer
filmes de todos os tipos: longas, curtas, com gente, com robô... Muita coisa
mudou, mas o seu Disno ficava mais chateado que o Tio Patinhas depois de
perder a sua moeda se um aspecto de suas produções fosse ameaçado: As histórias
têm que ser pra família.
É em si uma premissa muito legal, mas não se
engane. No War da vida, a carta de objetivo do senhor Disney era Conquistar milhões
de territórios do ocidente e ocupá-los com pelo menos um Mickey estilizado pelo
Romero Brito. E existe maneira melhor de agradar westeros e essos do que uma
história balanceada, com um final feliz e que respeite a instituição mais forte
de toda a sociedade, a família?
Em outras palavras, o que Walt fez foi
aplicar aqueles conceitos de Indústria Cultural dos quais falamos no texto
anterior, ele homogeneizou e produziu em massa. (Se você tá ouvindo uma risada
do mal ao fundo, tá mais do que sacando a história).
Acontece que, é impossível fazer algo para
todos e representar todo mundo bem. Logo, a alternativa é pegar a parcela
dominante da população e retratar ela. Mas, o que é dominante é sempre para família?
Considerando que para família deve ser rico em valores morais?
Não. Você já deve ter ouvido alegações de que
os desenhos são racistas.
O mesmo acontece com a retratação da mulher ao longo dos anos. Já parou para observar como as princesas da Disney mudaram? E isso vale pra todo o resto...
O mesmo acontece com a retratação da mulher ao longo dos anos. Já parou para observar como as princesas da Disney mudaram? E isso vale pra todo o resto...
Ok, mas o que isso tem a ver com os filmes da
Marvel?
É obvio, mas não vou responder agora.
Mas, e a Marvel
nisso tudo?
A Marvel Entretainment como conhecemos
só assumiu esse nome lá em 1986 - o que pode parecer muito velho, mas vamô
fingi que não, porque isso foi um ano antes deu nascer-. A cia é fruto de
incontáveis fusões, quebras, associações pelas quais a Marvel Comics,
braço original e mantido até hoje, passou. Lá nos anos 90, todos os planos de
Stan Lee davam mais do que errados e, para não ter que penhorar até o escudo do
Caps, ele foi vendendo os direitos de produção CINEMATOGRAFICA dos personagens
para outros estúdios. É por isso que tem filme de personagem da Marvel em tudo
quanto é estúdio e porque até hoje o Wolverine não fez parte da equipe de
Vingadores.
Nessa venda, à Marvel Studios sobraram seus personagens
mais pobrinhos com usa gama inhumana de potencialidades. Os primeiros filmes
fizeram sucesso absurdo e a Marvel traiu o movimento produtora independente e
pobre e se vendeu para a Disney.
Mas, outra coisa precisa ser considerada a
Marvel se popularizou, na briga com a DC, por mostrar personagens mais humanos,
marginais até, e tratar mais abertamente de questões que incomodavam os
americanos lá nos idos e 1940. O Stan Lee, para mim, é um cara de muito timing,
os personagem dele refletem descaradamente o momento social em que estavam
inseridos, se quer conhecer melhor a história tem um documentário muito bom
sobre a Marvel que vale a pena assistir. Uma coisa que fica clara é a relação
do Surfista Prateado com a guerra do Vietnã e dos hippies.
Depois de todo este preâmbulo introdutório a
gente parte para a parte que interessa. O
que é que a representação de minorias tem a vez com isso tudo?
A Marvel não te representa
Primeiro vamos definir o que realmente quer dizer
representação social, para além do dicionário.
Baseando-se no conceito de um teórico chamado
Moscoviti podemos falar que a representação social é um processo que estabelece
relação entre o mundo e as coisas e isso ajuda a pensar e
interpretar a realidade cotidiana. Embora não seja literalmente o que se passa
naquela sociedade, reúne e perpetua uma série de signos, valores e compreensões
sociais. Toda representação é de algo e alguém. Partindo dessas representações
somos capazes de nos posicionar em diversas situações cotidianas. Por isso, a
representação social é necessária para que consigamos nos comunicar, e esse é o
principal motivo dela estar presente nos meios de comunicação social.
Representar algo socialmente é importante
porque, em certa medida, você faz com que aquilo se torne real, socialmente
aceito, legitimo, normal, comum. Dá visibilidade o bastante para que aquilo faça,
em fim, real. Melhor dizendo que aquilo integre a construção social da
realidade.
Ok. Fiquei muito Matrix, né?
Mas, agora, com todos os conceitos em mãos,
chegamos enfim ao que eu queria falar desde o inicio.
Disney e Marvel são empresas com características
diferentes, enquanto a Disney mostra só o que é bom, bonito e feliz, a Marvel
sempre procurou dar voz às minorias, representá-las socialmente. O Maior
exemplo disso são os X-Men. As empresas tinham linhas diferentes até por serem
focadas em públicos diferentes, a Marvel cresceu com os meninos que liam as HQ’s
e a Disney decidiu apostar em um público que nunca cresce.
Dessa maneira, o que vemos representado
socialmente por Marvel/Disney é o mundo do “socialmente aceito”, ditado por
aquela parcela da sociedade que tem o poder, o que nem se quer representa a
maioria. O que vemos é aquilo que pode
ser visto por todo mundo, independente de inclinação religiosa, gênero,
compreensão política, porque é ok ser daquele jeito. O problema é que ao mesmo
tempo em que isso é muito abrangente é muito raso. Logo, você tem na telinha um
mundo em que todo mundo é Chris H, todo mundo é lindo, branco e rico. E isso
representa a nossa sociedade? Isso é real.
O cinema exerce a função de representação social,
outro teórico, Gutfriend, aponta que o cinema pode ser um mecanismo de
representação social por corporificar e tornar verossímeis pessoas e situações
que de fato são irreais. Em outras palavras, o cinema, a TV e tudo isso,
aproxima o irreal do irreal por basear-se no mundo em que vivemos.
Não é obrigatório que o cinema faça a representação
mais fidedigna da realidade, mas para que consiga manter-se como um meio de
comunicação de massa tão eficaz ele tem que se modernizar, se aproximar da
sociedade que retrata. Até por isso, a Marvel/Disney, que até agora ignorou
mulheres, homossexuais e negros, já tem tudo planejado para a próxima fase. E
isso é mais do que necessário. É importante que as pessoas vejam que não só o
homem branco americano é dotado de poder e valor. Não sejamos tão maniqueístas.
Sentir-se representado, de uma forma satisfatória,
é igualmente importante. Parece bobeira, mas muitos problemas de auto-estima,
de bullying, de estigmatização seriam diminuídos ou até modificados se houvesse
uma boa representação. Quer um exemplo? O fenômeno nerd. O que até ontem era loser,
motivo de chacota, agora é cool. O que mudou? O mundo do entretenimento.
Que essa mudança venha também para os
homossexuais, negros, mulheres, mutantes e dcnautas.
“mas a verdade é que a Marvel não lhe representa. Ela não é feita para você, mas para todos. E quando algo é feito para todos, muitos ficam de fora”
ResponderExcluirEssa frase foi perfeita, o grande problema ou a grande solução foi a Marvel abrir tanto o leque do publico alvo q qualquer um estava dentro, acabou não agradando muito ninguém, mas mesmo assim dá retorno financeiro pra empresa, esse é um assunto bem complexo, se os filmes são idiotas; bom, os idiotas vão gostar dele, se os filmes são engraçados e cômicos e censura livre, as crianças vão gostar e vão poder assistir, mesmo q sejam ruins alguém nessa enorme facha de publico vai gostar, e quem não gostou já assistiu; e já é dinheiro no bolso da empresa, esses filmes são claramente voltados para quem não lê quadrinhos de heróis, tanto q funcionou comigo, eu não leio esse tipo de quadrinho; leio mangas, mas acabei vendo alguns desses filmes pq vi algo q me chamou a atenção, mesmo sabendo q os roteiros e personagens seriam como o meu preconceito diz, e foi, mas ouve algumas boas surpresas inesperadas; confesso.
Acho q certos esforços para fazer representações de alguma parcela da sociedade às vezes exagerado, afinal todos somos humanos, e humanos deveriam se sentir representados por outros humanos, claro q cada caso é um caso, crianças entendem crianças, adolescentes entendem adolescentes e se sentem representados por eles, adultos entendem crianças e adolescentes, mas se sentem representados por adultos.
As coisas não são tão claras, na verdade essas empresas q lidam com entretenimento fingem q segue a moral e ética da sociedade da época, e vão aos poucos conduzindo para onde eles querem q a sociedade realmente vá, fingindo q pensa dessa "forma" mais conduz embaixo do pano para outro lugar, para mim é um comportamento esperado, obvio.Em certas situações fico pensando q se foi o ovo ou a galinha q veio primeiro, se algo foi plantado para ser usado depois ou foi usado pq já estava lá por outro motivo.