10 anos Marvel Studios
Chris Pratt
Guardiões da Galáxia
Guardiões da Galáxia 2
Guardiões da Galáxia Vol. 2
Kurt Russell
mcu revisitado
Stallone
Yondu
zoe saldana
MCU Revisitado: Guardiões da Galáxia Vol. 2
Guardiões da Galáxia é um filme de meio e bem fechadinho em
si mesmo, como Homem-Formiga. Quer dizer, ele não tem o compromisso do “avanço
inexorável em direção ao Thanos”. O único indicativo disso é Nebula indo embora
para tentar matá-lo. Só. O resto soa como “bem, vamos dar uma olhada no que os
Guardiões da Galáxia estão fazendo”. E a história é só sobre eles.
Encontramos nossos heróis no planeta dos Soberanos (aquela
gente dourada) esperando uma criatura que vai chegar de outra dimensão para
comer umas baterias bem caras. Baby Groot saiu do vasinho, já está dançando por
aí e o que tem de meigo, tem de nervoso. Rocket continua fazendo só o que quer.
Peter e Gamora seguem bem devagar em direção a um relacionamento amoroso e Drax
tá lá daquele jeito ¯\_(ツ)_/¯ Quem se junta a eles, forçadamente, logo no início é a
Nebula. Gamora estava para entrega-la em Xandar para ser presa.
Por conta de uma merda que o Rocket faz, eles perdem a
Milano e são socorridos por Ego, ninguém mais, ninguém menos que o pai
biológico de Peter Quill. O grupo se divide, com parte ficando na floresta para
vigiar/consertar a Milano, metade seguindo Ego para que Peter conheça aquela
parcela de sua história. Enquanto isso, eles são perseguidos pelos Soberanos e
pelos Ravagers, que se rebelaram contra Yondu.
Uma coisa que eu acho que Guardiões da Galáxia Vol. 2 fez
muito bem foi aprofundar os personagens. Mantis é usada como uma ferramenta
nisso, tocando nas pessoas e verbalizando o que elas estão sentindo. É um poder
bem interessante. A Mantis é uma personagem interessante e espero que tenha
mais do que essa função em Vingadores: Guerra Infinita. Quero vê-la crescer.
Você também entende porque Nebula é um pacote de ódio e dor
em forma de boneca (sempre fico impressionada com as cenas em que ela fica se “remontando”).
Ela foi desmembrada e reconstruída por Thanos repetidas vezes, sempre que
perdia uma luta para sua irmã. Isso quando ainda eram crianças. Que sujeito
sádico, hein? Como Gamora está ficando mais sensível, explorando sentimentos
mais nobres, o contraste entre as duas é gritante. A hostilidade entre elas
chega ao ápice (numa briga em escala absurda) e apenas depois disso elas se
resolvem.


Antes, o comportamento de Peter Quill nesse filme tinha me
deixado bastante indignada. Desconfiava das intenções do Ego e nem se
impressionou com o PowerPoint de bonecos de louça que mantém na sala até ele
dizer “Sabe, meu filho, você tem poderes! Você não é qualquer um! Vamos brincar
de jogar bola de energia? Não tem problema se você já tá velho pra isso.” O
Senhor das Estrelas deve ter uns 33, 34 anos. Quando você o vê brincando de
bolinha com o pai e usando sua energia para criar um Pac-Man gigante é
constrangedor. O problema é que faz sentido, infelizmente.
Apesar da idade avançada e de ter convivido com gente adulta
todo esse tempo, no fundo ele é um crianção. Tanto Peter quanto Yondu dizem que
ele foi pego pelos Ravagers porque era magrinho e conseguia entrar em qualquer
buraco para roubar coisas. Sabemos que não é de todo verdade, mas, aconteceu. Ele
também vivia sob constante ameaça de ser devorado. E pelo tratamento que os
saqueadores deram ao Groot prisioneiro, o pequeno Senhor das Estrelas deve ter
passado por algo parecido. Ele se apega tanto à infância interrompida na Terra,
da qual foi brutalmente arrancado, que revive as coisas. Isso somado à ausência
do pai, que tanto o impactou, dá nesse adulto incompleto. Quebrado.


E aí temos Yondu, com um dos arcos (se não o arco) mais
dramáticos do filme. Ele toca em um aspecto muito complicado, inclusive no mundo
real: como é possível continuar amando alguém que nos fez mal? É amor ou
síndrome de Estocolmo? É amor ou apego ao conhecido? Existe redenção? O que é imperdoável? Deixo esta reflexão para você.
Sabemos que ele raptou Peter ainda criança, assim como todos
os milhares de filhos que Ego espalhou pelo universo para expandir a si mesmo.
Não o entregou ao pai para poupá-lo de uma morte horrível, mas batia, ameaçava
e transformou o menino em um criminoso. Ao mesmo tempo, ele é uma vítima do
abandono, vendido pelos próprios pais para ser escravo em uma guerra. Aceito por
Stakar, líder dos Ravagers, sua ganância o faz quebrar uma das regras do código
deles (não vender crianças) e ser expulso. Ou seja, foi pego fazendo o mesmo
que fizeram ele. O saqueador sofre por não conseguir se explicar. Yondu mata
com frieza e precisão. Olho por olho, dente por dente. Mesmo sendo violento,
ele é capaz de altruísmo e seu último ato de redenção é entregar sua vida para
que Peter possa viver.


E mesmo tendo passado por tudo aquilo, quando Peter precisa
voltar-se para si mesmo e evocar suas lembranças felizes, Yondu está nelas (o
ensinando a atirar). E ele chora sua morte por ter enxergado nele, nos últimos
segundos, o pai que sempre buscou. Peter tem esse sentimento mesmo depois
daquilo tudo que eu citei no parágrafo anterior. Como você reagiria no lugar
dele?
Enquanto os Guardiões estão juntos (naquele momento acolhendo
Mantis e Kraglin) observando a comoção que a morte de Yondu gerou, o pequeno
Groot passa de um colo para o outro, totalmente confortável e seguro com aquela
gente imperfeita e esquisita no meio da qual nasceu. É todo amor que ele
conhece. O que será da arvorezinha quando crescer? Espero que alguém traduza no
futuro.
FICHA TÉCNICA
Guardiões da Galáxia
Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2)
Direção: James Gunn
Roteiro: James Gunn. Baseado nos quadrinhos de Dan Abnett e Andy
Lanning. Créditos completos
Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Vin Diesel (voz),
Bradley Cooper (voz), Michael Rooker, Karen Gillan, Elizabeth Debicki, Kurt
Russel, Pom Klementieff, Chris Sullivan, Sylvester Stallone...
Duração: 2h16
Estreia no Brasil: 27 de abril de 2017
Estreia nos EUA: 5 de maio de 2017
Orçamento: US$ 200 milhões
Bilheteria: US$ 863,7 milhões
Prêmios e indicações: clique aqui
Fonte: IMDB, Box Office Mojo
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