Ferveu o Ki-Suco - O que faz do Capitão América o que é o Capitão América

Não é preciso ser um grande conhecedor de Freud para olhar o Capitão América e perceber que o bandeiroso é o super ego de uma nação desfilando de collant. Mais do que anseios e aspirações de um país, o Capitas representa o ideário da nação norte-americana. Veja bem, da Nação e não do Estado. Fazer essa diferenciação foi crucial para que eu entendesse algumas questões da personalidade do captas.

Vamos à explicação - se agarre à aula de história e vem comigo: nação é algo deverás subjetivo, que leva em consideração, idioma, costumes, tradição e etc, para se formar. É, geralmente, de uma Nação que surge o Estado, o grupo de instituições que governa uma nação, por deter o poder. Que poder? O poder de legitimamente exercitar a força coercitiva. E por que eu disse que geralmente é da nação que surge o estado? Porque um estado pode conter mais de uma nação.  E o que isso tem a ver com o Capitas? Tudo.

Quando eu falava com as pessoas “ Ah, o Capitão é um bundão faz tudo pelo governo americano, pelo Exército” 10 entre 9 me diziam: “Você tem que ler a Guerra Civil, ele se revolta contra o governo e mimimi”. 

Eu estava errada, e não precisou ler a Guerra Civil para entender que ele não é tão amiguinho do governo assim. Em Os Supremos o rapaz é só desconfiança com Nick Fury & Companhia e, desobediente, vai até mesmo fazer justiça com as próprias mãos – algo que eu considerei pouco militar da parte dele.

Ao mesmo tempo, neste mesmo arco, ele defende as mulheres, o respeito aos mais velhos, dá um chute na bunda do politicamente correto ao espancar adolescentes e, na Guerra Civil, luta em favor da liberdade, para todos - humanos ou não, mutantes ou não. Quer algo mais americano que isso? Ou seja, mesmo quando vai contra a força do estado norte americano, ele defende os interesses da nação norte-americana.

Com isso, quero dizer que o Capitão luta não em prol do governo americano e pelo que este governo julga melhor para a nação. Sua briga é em favor do povo defendendo a liberdade, na terra da oportunidade, antes de qualquer outra coisa. Em qualquer situação. Vide Guerra Civil. 

Encaro o Capitas como um herói menor, mas não por falarmos aqui de norte-americanos, e sim, por tratarmos de um ser um pouco humano. Suas características já eram super, antes mesmo de receber o soro do super soldado. Foi por ser muito bom, resiliente e persistente que foi escolhido. Quem é assim? Quem foi assim nos anos 40? Só ele.  

Dificilmente o Capitão sucumbe a algo que não seja manter a moral e os bons costumes, mesmo que isso signifique ignorar o politicamente correto dos dias de hoje. Ele se assemelha mais a um deus do que a um herói, se levarmos em consideração o conceito que ambos os termos carregam intrínsecos desde a mitologia grega.

Steve Rogers não tem dicotomias, seus conflitos são, em comparação com outros super-heróis, conflitos mais simples. Automaticamente, ao se ter menos conflitos, menos coisas a enfrentar, o super-herói cativa menos. Ou melhor, cativa de uma forma diferente.

O Capitão América tem aí seguidores no mundo inteiro, mas a identificação é criada de forma diferente a super-heróis como Thor, Homem Aranha, Wolverine, por exemplo. As pessoas admiram o background deles e conseguem ver nestes super-heróis características suas. Conseguem perceber a humanização dos seus ídolos. Com o Capitão América não, ele representa algo ao que se almejar. 

E, hoje entendo que, para que ele sirva como o arauto que é, um exemplo, tem que beirar a perfeição mesmo. Então, Steve, continue assim, goste eu ou não, você está cumprindo seu papel. Há quem goste.