Avengers: Random & Fandom - Tony Stark e o Cyberpunk

Avengers: Random & Fandom

Tony Stark e o Cyberpunk



  • Sobre a coluna: 
Avengers: Random & Fandom  é a nova coluna do blog escrita por Yasmim Deschain, a vingadora louca pelo Steve Rogers, que vocês vão ver por aqui quinzenalmente numa sexta-feira. A proposta da coluna é, basicamente, entrelaçar o universo dos Vingadores e da Marvel com algum tema recorrente dentro das Ciências Humanas, da Ficção Científica (ou de qualquer outro campo de estudo sem tornar tudo denso e entediante). Opiniões e sugestões sobre a coluna são extremamente bem vindas, via twitter, e-mail da autora (yasmim.deschain@hotmail.com) ou Facebook.

  •  Tema de hoje:
Tony Stark e o Cyberpunk. Uma reflexão sobre o homem e a máquina (Ou seria o homem-máquina?) e o futuro da franquia no cinema.




Primeiramente, vou explicar como surgiu essa idéia para a coluna. Foi durante uma excelente oficina no Encontro Nacional dos Estudantes de Letras (ENEL) chamada "Introdução a Ficção Científica", na qual fez-se, basicamente, uma linha evolutiva da ficção científica que culminou no cyberpunk. Eu nem conhecia o conceito de cyberpunk na época. Os palestrantes então explicaram sobre cada etapa da ficção desde o século XIX até chegar no extremo da modernidade, justamente o cyberpunk.

O que é o cyberpunk? É a pergunta que não quer calar e a chave para começar a entender onde Tony Stark entra nessa história toda. O Cyberpunk é basicamente uma projeção apocalíptica do futuro, cujo lema é "High Tech, Low Life", ou seja "Alta tecnologia, baixo nível de vida". A idéia seria um mundo controlado por máquinas e tecnologia onde o ser humano vira um escravo marginalizado de suas próprias invenções, como no mangá/anime Akira. Mas o cyberpunk acabou se dilatando e virando um conceito global para quando os limites entre humanidade e máquina se misturam, como na idéia de ciborgs/andróides, como em Blade Runner. 


O cyberpunk se tornou popular durante os anos 80, principalmente pela conjuntura de Guerra Fria e a própria idéia da tecnologia nuclear rondando a humanidade. O cyberpunk acabou atingindo o cerne das preocupações humanas na época (e talvez, até atuais): A tecnologia vai nos controlar? As máquinas vão se humanizar? Qual é o limite entre o homem e a máquina?

Um dos arcos do Homem de Ferro nos quadrinhos é justamente o Extremis, que é o apogeu do cyberpunk dentro do universo Marvel e um dos casos mais interessantes de cyberpunk no universo dos quadrinhos. Esse arco é o momento em que Tony Stark, após um acidente, recebe o vírus que dá nome a saga - Extremis -  e que agrega o corpo dele a armadura (esta passa a sair dos ossos de Tony), tornando possível também que ele manipule qualquer tecnologia. O próprio Tony Stark acaba dizendo, durante a série, "Agora sou o Homem de Ferro por dentro e por fora". 

A questão é que já há antigos rumores de que essa idéia de fundir Tony Stark a sua armadura estará presente no Homem de Ferro 3

 

A imagem acima é uma das figuras conceituais da série, acho que dá para perceber umas linhas cobrindo o corpo de Tony Stark e a própria expressão de dor, supostamente decorrente dessa transformação. Esse é justamente um ponto interessante a ser questionado, seja na série ou no filme. Se houvesse mesmo essa completa fusão de Tony Stark com a armadura, onde começaria Tony e onde terminaria o Homem de Ferro? Ações, pensamentos e emoções bastariam para dizermos que Tony é um humano? Ou será que a presença da armadura o configuraria como uma máquina? Ou será que a capacidade dele de manipular outras tecnologias o transformaria num mutante?

Se isso já é complicado de pensar dentro de um texto de umas poucas linhas, imaginemos num filme da Marvel. Dá pano pra manga, ao meu ver.

A linha cyberpunk, acima de tudo, para mim, tocaria no ponto da personalidade e no ego do próprio Tony. Todo mundo lembra da resposta do Tony quando o Steve pergunta o que ele é quando tira a armadura. Agora, o problema é que não se precisa mais tirar a armadura. Eu imagino como estaria a cabeça do Tony diante disso tudo: ou ele encararia a coisa toda sem se deixar abalar com aquele típico cinismo Stark - o mesmo que gerou a resposta ao Steve - ou então, ele entraria em crise. Por não saber mais quem é  (um homem, uma máquina, uma máquina-homem?) e qual sua finalidade (dentro da saga nas HQs ele está servindo ao  governo num cargo administrativo, mas aí se depara com a possibilidade de virar uma arma do governo).

Se for verdade a adoção da idéia do arco Extremis dentro do próximo filme, não podemos esquecer que isso pode ser mais um ingrediente para um enredo mais pesado e polêmico; afinal, supostamente o Tony enfrentará um momento Luiza Marilac - e não a parte do verão eupeu, bebendo bons drinks com a Pepper -, ou seja, há boatos que ele estará na pior; falido e descredibilizado perante o público. Adicione a isso toda a crise que a cabeça do Tony deve ter depois de se deparar com a cosmicidade de um plano maior depois de Avengers, ele, com seu teor sempre crítico, ácido e seu perfeito perfil de ateu/agnóstico. Num momento tão tenso da vida do cidadão, tudo que ele menos precisa é parar para se questionar se ele é um homem ou uma máquina, ou os dois, ou nada disso, ou alguma coisa nova...


Talvez isso tudo nos leve a um novo Tony Stark. Ou a um Tony Stark em crise. Ou a uma máquina de guerra onde havia Tony Stark. Não sabemos, ainda. 

Isso a Marvel nos responderá no próximo ano, provavelmente nos embalando nos braços do cyberpunk.

Até a próxima!

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Sobre a autora: Yasmim Yonekura, estudante de Letras Língua Inglesa na Universidade do Estado do Pará, futuramente monitora na mesma. Escreve a Coluna "Avengers: Random & Fandom", que é publicada quinzenalmente às sextas-feiras e busca misturar universo de filmes e, às vezes, HQs da Marvel com temas dos mais diversos, do corriqueiro ao filosófico. Apaixonada pelo Capitão América, pelo Batman, boa literatura, boa música e pelos caras errados. Todos os comentários, dúvidas, opiniões, contribuições e sugestões para a coluna são bem vindas, me ache no Facebook ou pelo e-mail, ainda tem o Twitter.

Um comentário:

  1. Amei esta nova coluna, e principalmente esse tema! Meus parabéns, continuem assim! Sou uma fã de ficção científica, principalmente na parte da Robótica (andróides, ciborgues e nanotecnologia), e pessoalmente, torço para que apareça o Arco Extremis em Homem de Ferro 3. Se o filme for bem produzido, preparado com cuidado, creio que fará sucesso, principalmente entre os fãs de FC. ;)

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